Tema: a saudade / a separação (despedida, partida)
Estrutura externa
Soneto em verso decassilábico.
- rima interpolada e emparelhada nas
quadras e cruzada nos tercetos, segundo o esquema rimático ABBA/ABBA/CDC/DCD.
Estrutura interna
O soneto estrutura-se em dois momentos:
A 1.ª quadra expõe a ideia de um eu que manifesta
o desejo (quero) de que aquela madrugada permaneça na memória: «aquela
madrugada […] seja sempre celebrada.».
Neste momento, mais descritivo, o
sujeito projeta os seus desejos no futuro (houver, seja), recorrendo
ao futuro e presente do conjuntivo.
A 2.ª quadra e os dois tercetos constituem o segundo momento, constata-se
acerca da justificação para a necessidade de celebrar essa madrugada.
o segundo momento é de caráter mais narrativo do que descritivo, evoca
um acontecimento, daí o predomínio do pretérito perfeito (viu; ouviu;
acrescentaram).
Estado de espírito do poeta expresso
através de recursos estilísticos:
antítese – aquela
triste e leda madrugada
vocabulário – triste, mágoa, piedade, lágrimas
magoadas.
hipérbole – As lágrimas em fio / Que de uns e outros olhos
derivadas/ se
acrescentaram em grande e largo rio.
paradoxos – as palavras magoadas que puderam
tornar o fogo frio e dar descanso às almas condenadas.
viu apartar-se de uma outra vontade/ que nunca poderá
ver-se apartada.
personificação – (a madrugada- confidente, testemunha)
viu apartar-se de uma a outra vontade
viu as lágrimas em fio
ouviu as palavras